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Empresas precisam se preparar para garantir segurança dos dados e informações

 

O Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves ofereceu um importante beneficio às empresas na noite de 08 de abril: informações sobre direito digital e orientações sobre como lidar com o desafio das novas leis que regulam o setor. O tema foi abordado durante a palestra-jantar ‘Lei de Proteção de Dados: sua empresa está preparada’, ministrada por Guilherme Guimarães Pereira Da Silva. Cerca de 120 profissionais acompanharam a programação – e recebem orientações sobre como preparar suas organizações para o que determina a legislação. “O primeiro passo é entender que esse processo de adaptação é uma tarefa que integra diversas áreas da empresa: os setores jurídico, de recursos humanos e TI precisam trabalhar em conjunto”, disse o bacharel, sócio-fundador do escritório Guilherme Guimarães Advogados Associados, de Curitiba (PR).

Essa necessidade decorre da complexidade da Lei de Proteção de Dados, sancionada em agosto de 2018 e reforçada com a criação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), a partir da Medida Provisória 869/2018. “Além de definir o que são dados pessoais, a legislação foi bem específica nos quesitos regulatórios de seu uso. No caso específico de empresas e instituições, as responsabilidades são grandes, especialmente no que diz respeito à segurança das informações ligadas aos colaboradores”, explicou. O processo de adaptação às novas leis pode levar em torno de seis meses – prazo que varia conforme a resposta da equipe e da realidade de cada empresa. “O importante é começar com uma avaliação do ambiente, identificação dos riscos e elaboração de um projeto de segurança observando normas, regulamentos e diretrizes da empresa alinhados à legislação, como o Marco Civil da Internet, o Código Civil, entre outra. Outro cuidado importante é conscientizar toda equipe: um único colaborador pode infectar ou comprometer o sistema de toda empresa, deixando-a suscetível a um cyber-ataque”, disse.

O tom de alerta ganhou reforço com indicadores mostrando a frequência desse tipo de infração: 63% das violações estão relacionadas à divulgação indevida de dados e o “phising” (truque que induz o usuário a clicar em arquivos falsos, facilitando a obtenção não autorizada de informações pessoais via dispositivos eletrônicos) responde por 54% dos incidentes. “Quem for flagrado cometendo irregularidades pode sofrer consequências sérias, como a cobrança de pesadas multas”, disse, Guimarães, apresentando diversos casos que reais que ilustram essa situação.

A atividade foi realizada pelo CIC de Bento Gonçalves com o apoio da ATI Serra, Associação da Tecnologia da Informação.

 

Segurança digital deve ser prioridade

Atentar para o tema da proteção de dados é, impreterivelmente, cuidar da segurança das empresas, uma vez que a Lei de Proteção de Dados resguarda o bem mais valioso em uma empresa: a informação, na opinião do Diretor da Área de Tecnologia do CIC-BG, Leocir Glowacki. “Quem já passou pela infeliz experiência de ser vítima de crimes virtuais, como sequestro de dados, invasão por parte de hackers, por exemplo, sabe quanto desgaste e quanto prejuízo esse tipo de infração causa. Mesmo a informação sendo tão importante para nossas empresas, muitas vezes nós somos levianos na forma como cuidados da segurança do trânsito de dados em nosso negócio. Temos seguros que protegem nossa estrutura física, nosso prédio, nossos equipamentos, contra incêndios, contra assaltos. Investimos em vigilância, em monitoramento eletrônico e uma série de recursos que ajudam a zelar pelos nossos bens materiais. Mas, frequentemente, deixamos de lado a segurança e o cuidado com os bens intangíveis: a exemplo das informações e dos dados que são vitais para a competitividade de uma empresa. É preciso mudar essa forma de pensar”, disse.